PARA ALÉM DA QUADRA

ATLETAS TIVERAM QUE
"CUIDAR DE SEUS FILHOS"

POR UMA SEMANA

    

A preocupação da Comissão Técnica de voleibol da Sociedade Hípica de Campinas vai para além da formação atlética. Os professores se preocupam também com uma formação mais ampla, com sólidos valores.

No sentido de desenvolver essa responsabilidade social, o técnico Peterson Bristotte propôs para suas atletas que escolhessem algo de peso mediano, que fosse muito frágil e que, após enfeitarem como um bebê, cuidassem desse objeto por uma semana. Teriam que levar para todos os lugares, trocar de roupa e, por três dias acordar de madrugada, às três da manhã e ficarem acordadas por cinco minutos. As atletas deveriam também registrar também duas fotos diárias, pelo menos uma delas na escola e relatar seus sentimentos e experiências.

O técnico Peterson Bristotte explicou: (...) "Queria que elas passassem por pelo menos uma pequena fração da experiência se ser mãe sem se estar estruturalmente preparadas, serem mães adolescentes. Que elas sentissem na pele a dificuldade de se ter um filho em um momento tão difícil quanto a adolescência e perguntassem às suas próprias mães suas experiências de maternidade. Eu também já tive a idade delas e muitas vezes as pessoas só nos dizerem o que é certo ou errado não é suficiente. A gente quando adolescente passa por um momento em que acha que pode tudo e que nada vai nos impedir... Bem, é justo nessa hora que o `sentir na pele` pode fazer a diferença".

A experiência foi baseada em uma atividade que uma das atletas vivenciou na escola. "Era uma responsabilidade forçada e quis estender para todo o grupo quando vi que a Vitória chegou com uma melancia com olhos e um gorro de frio no treino", lembra o técnico com sorrisos no rosto... "Espero que esta experiência fique marcada e que as meninas entendam que para tudo há um momento e que o menor descuido pode mudar para sempre a vida delas".